domingo, 16 de janeiro de 2011

Ushuaia

"Diário de Bordo": Sorvete e centolla ajudam a renovar energias

da Folha Online

Em mais um dia da viagem, o casal Flávio Prado e Maira Hora sente na pele e nos ossos o frio absurdo de Ushuaia, toma sorvete, come centolla e recebe dicas sobre a vida noturna local. A estada na cidade da Terra do Fogo faz parte da Expedição Cone Sul. Os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes da região, contando tudo para a Folha Online. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.
Confira o relato do vigésimo quinto dia (25 de março) desta aventura, contada por Maira.
Massagem no nenê
O dia amanheceu tremendamente frio e chuvoso, fazia 7 ºC, mas a sensação térmica era muito mais baixa, pois ventava muito e chovia.
Flavio Prado/Folha Imagem
Augustinho, de 2 anos, preparado para passear no frio de Ushuaia
Augustinho, de 2 anos, preparado para passear no frio de Ushuaia
Ficamos o dia inteiro no hotel, com Elenilda e seu filho Augustinho, de 2 anos. Estava navegando na internet e fiquei surpresa ao ouvir português, mais especificamente, a Deborah Secco falando na TV. Dei uma espiadela e eis que peguei Elenilda assistindo a uma novela brasileira. Risos.
Na hosteria tem Globo Internacional e é muito engraçado, porque as propagandas são de Miami. Ficamos assistindo às propagandas e dando risada. Foi uma cena rara, porque a nós nos interessavam os comerciais e não o programa em si.
Comecei a brincar com o Augustinho, que simplesmente se deitou na minha frente e pôs os pezinhos no meu colo. Não tive dúvidas: comecei a fazer massagem em um pezinho. Ele, satisfeito, me deu o outro pezinho e de uma forma surpreendente e totalmente entregue se virou de costas.
Nem pensei duas vezes, fiz massagem no o nenê inteiro. Foi lindo. Ele ficou tão relaxado e, com uma carinha linda, me olhou nos olhos e pediu mais nas perninhas. Quase derreti, imaginem um nenê pedindo para ser receber massagem.
Frio, chuva e vento
Ficamos um pouco mais na hosteria e no início da tarde fomos dar uma volta com Elenilda, a guia brasileira, que está grávida de 4 meses e faz caminhadas diárias de cerca de 4 quilômetros. Ela nos levou ao Aeroclub, de onde pude ver a cidade de Ushuaia de um ângulo totalmente diferente. Senti-me uma local observando tudo.
Flavio Prado/Folha Imagem
Do Aeroclub, tem-se uma vista diferente da cidade austral, bonita de dia ou de noite
Do Aeroclub, tem-se uma vista diferente da cidade austral, bonita de dia ou de noite
A dica aqui é que vocês façam o mesmo: peguem a avenida que vai ao aeroporto e façam a volta para que fiquem de frente para a cidade. O visual é incrível, não importa se é de dia ou de noite. Garanto que irão gostar.
Deixamos a van de Elenilda no início da avenida que chega ao aeroporto e saímos para caminhar. Bom, tudo começou com pouco frio e muito vento, mas quando estávamos no meio da caminhada, eu já estava totalmente petrificada e, para "melhorar" a situação, começou a chover.
O vento era congelante, minhas roupas começaram a ficar molhadas e no final do caminho eu não sentia um dos dedos dos pés. Quase contatei Houston para falar que havia problemas (uma alusão ao filme "Apollo 13" -- "Houston, we have a problem"). Já me sentia no meio da montanha, congelando e perdendo os dedos dos pés. Loucura pura.
Descemos aceleradíssimos. Não via a hora de o caminho terminar e de entrar na van novamente. Juro que congelei. Imaginem como não deve ser fácil o dia-a-dia de quem vive em Ushuaia e como devia ser mais difícil ainda para quem vivia por aqui há 20 anos, como é o caso de Lucas, marido da Elenilda.
Trânsito curioso
Voltamos para a hosteria e, adivinhem, precisamos de roupas de frio emprestadas. Ficamos um pouco mais no hotel, o suficiente para nos aquecer, e fomos dar uma volta na rua San Martin.
Flavio Prado/Folha Imagem
Carros andam sob chuva na rua San Martin; preferência é de quem vem das ladeiras
Carros andam sob chuva na rua San Martin; preferência é de quem vem das ladeiras
Descobrimos algo curioso sobre as leis de trânsito.
Em Ushuaia, quem está de carro descendo ou subindo uma ladeira tem a preferência, mesmo que vá cruzar uma avenida. Os outros têm de parar. Isto porque quando há neve é quase impossível um carro parar na descida ou na subida, mesmo que esteja com cravos nos pneus.
Se você estiver em uma avenida movimentada como a San Martin, preste atenção nas esquinas onde há ladeiras. Você verá um espelho voltado para a rua reta, que mostra se há um carro subindo ou descendo. Lembre-se que a preferencial é de quem vem das ladeiras.]
Fomos a uma sorveteria chamada Gadget, na rua San Martin, 617. Quem nos atendeu foi Dario, que nos comprovou a verdadeira paixão da Argentina pelo sorvete.
Vida noturna
Vestidos adequadamente, saímos para buscar comida para um jantar na hosteria com Elenilda, Lucas e Augustinho. O restaurante que escolhemos foi o Chico's Restaurant, na Rivadavia, 72. É claro que de entrada pedimos centolla (tipo de caranguejo das terras austrais). É um prato caro, no entanto vale a pena comê-lo ao menos uma vez.
No restaurante conhecemos o garçom Manuel Molas y Molas, que nos deu todas as dicas da vida noturna da cidade. Quem pode dizer que Ushuaia vive apenas de aventuras diurna?
Os pubs Ushuaia Che Potito, Dublin e Invisible são os indicados para os que curtem boa cerveja e bom papo. Para dançar: Náutico, Saint Christofer e Fusion.
A música eletrônica domina, e DJs chegam o tempo inteiro à cidade para animar as baladas.
Em sua aventura, o casal tem o apoio da Lenovo; da TIM Roaming Internacional; e da Virtual Track.

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