domingo, 16 de janeiro de 2011

Sernatur recebe mal turistas em Santiago do Chile.

"Diário de Bordo": "Casal Aventura" reprova serviço chileno e é salvo por celular e notebook

Colaboração para a Folha Online
O casal Flávio Prado e Maira Hora testa o serviço da Sernatur (Secretaria Nacional de Turismo chilena) --péssimo, de acordo com os aventureiros-- e é salvo em Santiago graças ao celular e ao notebook (apoio da TIM Roaming Internacional e da Lenovo). O relato faz parte da Expedição Cone Sul. Os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes da região, contando tudo para a Folha Online. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.
Confira o relato do trigésimo oitavo dia (7 de abril) da aventura:
Amanhecemos em Chillán e seguimos hoje rumo à Santiago do Chile para nos encontrarmos com o irmão do Flávio, Marcelo Clivati Prado. Infelizmente usamos Chillán apenas como uma escala para Santiago, mas garanto que o pouco que vimos na cidade, nos diz se tratar de uma região linda e rica em artesanato. No entanto, mesmo assim vamos seguir porque estamos mortos de saudades da Leonor, a sobrinha doidinha.
A estrada é ótima, boa pavimentação e muitos pedágios, uma média de um a cada 90Km, mas enfim, a estrada é boa. Além disto, praticamente todas as cidades têm pedágios na saída da estrada para entrar na cidade. As praças de pedágio estão dos dois lados da rodovia, e se você paga o pedágio de um lado, você pode passar no pedágio do outro lado sem pagar novamente, desde que esteja dentro do período de até 12horas.
Seguimos pela rota do vinho. Na estrada vimos diversas placas indicando vinhedos abertos à visitação. Normalmente estão em pequenas cidades ao longo da rodovia.
Sernatur presta serviço de péssima qualidade
Flávio Prado/Folha Imagem
Mesmo não encontrando o hotel, é possível observar lindas construções em Santiago
Mesmo não encontrando o hotel, é possível observar lindas construções em Santiago
Assim que avistamos Santiago percebemos ao longe uma nuvem cinza em cima da cidade. Fiquei assustada, olha que sou paulistana, heim. Mas aqui é diferente porque não venta, então é muito nítida essa nuvem.
Enfim, nada disso interessa, estamos aqui para ver a nossa sobrinha linda, então lá vamos nós ao escritório de turismo Sernatur para podermos encontrar a casa dos nossos cunhados. Paramos no Sernatur da Avenida Providencia em frente à igreja e eu fui pegar as informações. Chegando à porta percebi que havia fechado às 14h00. Tudo bem, se o turista chega sábado à tarde ele não tem apoio da cidade de Santiago do Chile, mas estava disposta a tentar.
Dirigi-me à guarita para perguntar a um dos três guardas, uma mulher e dois homens. Um dos homens confirmou que estava fechado, então perguntei se por acaso ele teria um mapa para me dar, pois eu acabara de chegar e o guia não citava o horário de funcionamento da Sernatur. Fui simpática e quase implorei. O fulano foi grosso, então perguntei se ele sabia como eu fazia para chegar a um bairro chamado Nuñoa, então ele foi mais grosso ainda.
Perguntei se ele, como uma pessoa normal que eu tivesse encontrado na rua, não poderia me dar tal informação, e ele me responde ironicamente que não. Imaginem o que pude desejar à vida dele. Que ele receba da vida o que ele dá à vida. Fui embora enfurecida enquanto os companheiros de trabalho compartilhavam da ironia grotesca do guardinha.
Flávio Prado/Folha Imagem
Café de boas vindas para comemorar o tão esperado encontro com a família
Café de boas vindas para comemorar o tão esperado encontro com a família
Será que a Sernatur não percebe que possui gente pouco qualificada para receber turistas? Ou melhor, desqualificada. Este tipinho que estava na guarita às 15h30 do dia 7 de abril serve para ser guarda de penitenciária e não para receber turistas, ou melhor, ele servia apenas para estar dentro da sela da penitenciária. Nunca vi ninguém tão deselegante e com tanta má vontade em receber aqueles que literalmente são responsáveis pelo salário dele, ou seja, o turista.
Salvos pelo celular e pelo notebook
Paramos em um Burger King para comermos o mais americano de todos os lanches em solo chileno e graças ao apoio da TIM Roaming Internacional com a telefonia celular, nos conectamos à internet e encontramos sites de mapas para pegarmos o roteiro para chegar a Nuñoa. Será que os altos escalões da Secretaria Nacional de Turismo chilena sabem como o turista é tratado ao levar dinheiro a esta cidade? Está na hora de reformular tudo, começando pelo treinamento dos funcionários.
Sernatur aqui vai um aviso: ninguém é insubstituível, quem presta um mau serviço está morto.
Chegamos alimentados e felizes com um dos nossos patrocinadores ao bairro de Nuñoa. Então gente, já sabe, né? Se forem a Santiago cheguem no horário, já tenham um mapa da cidade para não ficar nas mãos da Sernatur ou tenham um notebook e um celular com roaming internacional e sejam livres como nós dois estamos nos sentindo agora.
Marcelo Clivati Prado quando ouve nossa voz ao interfone não acredita. Era o irmão, ali mesmo tão pertinho fazendo uma surpresa e matando as saudades.
Chegamos eufóricos contando tudo e para que tudo fique melhor ainda, vamos nos encontrar com nossa linda anfitriã de Buenos Aires. Isto mesmo, a linda Maria Fernanda está chegando com Adelino Neto, seu marido, e Matias, seu filho. Foi perfeito porque Neto é primo do Marcelo e Flávio, portanto a família se reúne.
Assim que a família se reuniu fomos nos encontrar com Joana, esposa de Marcelo, e Leonor, a filha deles. Que saudades deste povo, as crianças se divertiram demais ao se encontrarem. Leonor e Matias brincaram até a exaustão com todos os bichinhos de madeira que encontraram na casa de Lillian e Renato Mora, pais de Joana, que nos receberam em um café de boas vindas.
Flávio Prado/Folha Imagem
Na estrada para Santiago, diversas placas indicam os vinhedos
Na estrada para Santiago, diversas placas indicam os vinhedos
À noite todos se reuniram no bairro Bellavista, na rua Constituición, no Pátio Bellavista, para comermos em um restaurante árabe. O pátio é um charme com diversos restaurantes, bares e lojas descoladas. Escolhemos um restaurante árabe e foi muito engraçado, em diversas situações do jantar demos muita risada. Já que não tem jeito, o melhor é rir. Alguns dos pratos que escolhemos não podiam ser feitos, pois não tinham os ingredientes. Tudo bem. Lembrei-me do escritório do Sernatur, mas tenho fé de que conseguirei me divertir nesta cidade. Reorganizamos as escolhas dos pratos, pedimos cerveja gelada que chegou quente, mas tudo bem! Estou tentando, sei que as coisas vão melhorar. De repente aparece uma dançarina de dança do ventre. Lindo! Pensamos. A música era ensurdecedora, quase tirando a atenção dos graciosos e sensuais movimentos da artista, mas tudo bem! Demos muita risada, neste encontro surreal. Nos despedimos de Maria Fernanda, Neto e Matias, que retornam na manhã seguinte à Buenos Aires.
Deixamos a família Clivati Mora em casa e nos dirigimos a um dos hotéis, no entanto demoramos cerca de 3 horas para chegar, pois as ruas estavam fechadas por um evento que havia na cidade. Mais um motivo para o Sernatur não estar fechado. Se haverá um evento em uma região que concentra um grande número de hotéis, o escritório de turismo tem que ter algum tipo de estratégia para receber os turistas. Mas enfim, não havia nenhuma estratégia. Os policiais carabineiros nos explicaram como fazer para chegar, no entanto muitas ruas estavam fechadas e só conseguimos chegar ao hotel às 3h30 para constatarmos que não servia para nós.
Procuramos hotéis um pouco mais baratos, pois toda a viagem será de dois meses, então temos que nos controlar para fazer uma viagem com valores médios, sem ser muito caro, e este era um bairro que parecia ter boas opções, mas não dá nem para procurar.
Está muito tarde e as ruas estão uma confusão. Já comecei a fazer diversas comparações com tudo o que vivenciamos na Argentina, onde por menor que fosse a cidade havia um ótimo escritório de turismo com pessoas bem preparadas e funcionando em sua maioria até as 21h00. Acho que é por isso que os argentinos são tão desenvolvidos no turismo, eles são preparadíssimos e têm uma excelente infra-estrutura. Mas enfim, estou em Santiago do Chile e vamos ter que lidar com a situação agora.
Flávio se lembra de um flat em frente ao hotel onde Maria Fernanda e Neto hospedaram-se, no bairro da Providência. Nossa, que alívio sair desta confusão.
O flat é bastante interessante, no entanto aqui no Chile, e isto também acontecia na Argentina, as pessoas podem fumar dentro dos quartos dos hotéis, só que este apartamento estava em uma situação gravíssima devido ao odor de tabaco. Sentimo-nos fumados, parecia que estávamos dentro do cigarro aceso, mas tudo bem! Vamos lidar bem com a situação, afinal já são 4h30 da manhã.
Acendi dois incensos ótimos, lembrando de uma amiga, chamada Java que está na Índia e sempre diz: " - Ok, ok, qual é a situação? Vamos lidar bem com isso, ok ok!" Rimos mais uma hora organizando nossas coisas para o dia seguinte, carregamos as baterias dos nossos amados celular da TIM e notebook ThinkPad da Lenovo e vamos dormir para acordar logo deste pesadelo da Sernatur. Amanhã será um novo dia, temos fé de que tudo melhorará, afinal já entendemos o esquema da cidade em relação aos turistas.
Maira e Flávio têm o apoio da Lenovo, da TIM Roaming Internacional e da Virtual Track.

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