"Diário de Bordo": "Casal Aventura" visita charmosa cidade de El Calafate
da Folha Online
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Depois de encarar a burocracia nas alfândegas, o casal Flávio Prado e Maira Hora conhece os encantos da charmosa cidade de El Calafate. Eles enfrentam de novo toda a burocracia das alfândegas. A solução é encará-la com humor. O relato faz parte da Expedição Cone Sul. Os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes da região, contando tudo para a Folha Online. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.
Confira o relato do vigésimo oitavo dia (28 de março) desta aventura, contada por Maira.
El Calafate
Saímos de Rio Gallegos rumo à El Calafate. Saímos pela RP5, que tem bom asfalto e boa sinalização. No entanto, em alguns trechos, a estrada está sendo reformada, mas, em geral, ela segue bem. Na altura de El Cerrito entramos na RN40, que bifurca para a RP9 e RP11. Pegamos a RP11 para seguir à El Calafate. A estrada está bem pavimentada e é linda. Em diversos pontos há mirantes onde você pode parar e fotografar a vontade --vale a pena parar porque o visual é magnífico.
| Flavio Prado/Folha Imagem |
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| Mirante na estrada para a cidade de El Calafate |
Chegando em El Calafate nossa primeira impressão foi a similaridade com Campos do Jordão (São Paulo). Espero só para ver o que esta cidade nos dirá ao longo de nossa estadia e se a primeira impressão se confirmará. Primeiro, vamos ao escritório de turismo (rua Julio A. Roca, 1004). Fomos atendidos pela simpática Lucrecia Terraza e por Augustin Segovias Salinas, que falava português. É incrível como os argentinos que aprenderam português na faculdade não desperdiçam uma única oportunidade de treinar.
Totalmente munidos de mapas, lista de restaurantes com as principais agências para excursionar pelos glaciares, lá vamos nós em busca do hotel Fuerte Calafate, indicado por Benigno Martinez quando estávamos em Ushuaia.
| Flavio Prado/Folha Imagem |
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| Maravilhosa vista do hotel Fuerte Calafate |
Para chegar ao hotel, você deve entrar na pista do antigo aeroporto, agora transformada em rua. É engraçado porque é uma pequena fantasia hollywoodiana andar de carro em uma pista de aeroporto. Agora, estamos fazendo isso. Chegando ao hotel, percebemos que teremos a melhor de todas as vistas em El Calafate. Localizado em um dos pontos mais altos da cidade, fica de frente para o Lago Argentino, para a Islã Solitária, para a Bahia Redonda e para a Laguna Nimez (reserva ecológica com mais de 80 tipos de aves). Em dias claros, é possível ver a cordilheira dos Andes. É o lugar ideal para se ficar.
Chegamos ao Fuerte Calafate e fomos recebidos por Jerónimo Dadin. Logo descobrimos se tratar de um argentino muito gente boa que trabalhou como guia turístico em Santa Catarina. Jerónimo nos mostrou todo o hotel e nos indicou o que fazer em El Calafate. Hospedados em um lugar onde o gerente é absolutamente apaixonado pela região e pelos glaciares, chega ainda à recepção Federico Guillermo Vidal, mais um apaixonado por glaciares. Estamos no lugar ideal. Com todas as explicações de Jerónimo e fotos de Federico poderemos aproveitar melhor a região.
| Flavio Prado/Folha Imagem |
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| Pista do antigo aeroporto transformado em rua no novo bairro da cidade de El Calafate |
Jerónimo nos indica até onde irmos para comprar os bilhetes da excursão náutica ao parque Nacional Los Glaciares e aqui vai a dica mais preciosa: para fazer o percurso de barco você entrará no parque Nacional Los Glaciares e, além do ticket do navio, você deve comprar no dia do embarque, em Puerto Punta Bandera, o ticket de entrada ao parque. Guarde esta entrada, pois o catamarã retorna do Glacial de Upsala por volta de 16h30 e, como o ticket de entrada ao parque é válido para o dia que foi comprado, dá tempo de você sair da excursão náutica e se dirigir de carro ao parque para ver o Glacial Perito Moreno. É perfeito porque você pode fazer, em um mesmo dia, o parque de catamarã e depois, de carro, o glacial. Será um dia bastante agitado.
Jerónimo também nos dá a dica de comprarmos lanche e frutas no mercado no centro, afinal, o passeio durará o dia inteiro e no horário do almoço o catamarã pára na Bahia Onelli onde é feito um piquenique.
| Flavio Prado/Folha Imagem |
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| Federico, Jerônimo, Kika e Martín (esq - dir) |
Fomos à agência turística Solo Patagônia (avenida Libertador, 867) para comprar os dois bilhetes de embarque para o Glacial Upsala e logo retornamos para o jantar --preparado pelo chef Martín Herman Alonso e servido por sua ajudante, Kika Gutierrez. De entrada, uma salada de rocambole de vegetais; prato principal, frango com ervas e champignon; e flan de sobremesa. É claro que o vinho tinto e o pão nunca faltam na Argentina. Aliás, este é um dado curioso, Jerónimo nos confessa que, se faltar pão nas refeições, o argentino se enfurece mesmo. Pode faltar qualquer coisa, menos pão.
Após o jantar resolvemos dar uma volta até o lago, afinal estamos em frente ao lago Argentino. O nosso pequeno passeio se reduziu a não mais que dez minutos devido ao forte vento que literalmente te carrega. Ficamos um pouco preocupados quando já não podíamos mais andar retos, tínhamos que curvar o corpo e andar um pouco de lado, ou seja, hora de retornar ao hotel.
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