domingo, 16 de janeiro de 2011

Los Vilos e La Serena






Acordamos cedo, abro a janela e lá está ele: o mar. Que lindo o mar visto desta janela. Los Vilos vai ficar para sempre em nossas recordações. Arrumamos tudo, fomos para o salão do café da manhã sempre acompanhados daquela visão infinita do horizonte e do mar. Abastecidos, carregamos o carro, nos despedimos de Raquel e saímos de Los Vilos ouvindo Solar – Thunderball – Hotel Costes Volume 4.
O barulho do mar não sai da minha cabeça. As ondas estourando em milhares de pedras da praia e depois as arrastando, rolando-as; parecia música japonesa, foi demais!



Deixamos o hotel de Raquel, que está ansiosa por conhecer Búzios no Rio de Janeiro e nós o país dela.
Sempre seguindo a beira mar, subindo em direção a Ovalle e La Serena vamos pela RN 5 passando por cidades e praias como Morritos, Socos, La Torre e mais ou menos entre Cerrillos e Quebrada Seca somos atraídos por um penhasco gigante que nos revela um azul turquesa profundo do mar. Impossível não ir até lá. Saímos da nossa rota, estamos em direção a esta paisagem estonteante, seguindo por uma estrada paralela entramos em um condomínio fechado em um trecho de praia particular. O lugar é lindo e próspero. Pedimos autorização para conhecer o condomínio e logo o cruzamos em direção ao ancoradouro. Lindas mansões rodeiam a enseada, o azul do mar é literalmente turquesa. Ficamos uma hora explorando o local e logo retornamos à estrada.













Algumas vezes nos afastando do mar vamos admirados com a natureza. Percebe-se que estamos entrando em uma zona de transição de paisagem. Seguimos para La Serena. Já estamo na IV região chilena desde Los Vilos, este trecho que nos encontramos agora é também conhecido como Região de Coquimbo e La Serena é sua capital e também a porta de entrada para El Norte Chico do Chile.
Pela estrada, quando nos afastamos do mar podemos perceber muitos cactus e um cerrado semi-árido transformando-se aos poucos em verdes intensos. Percebemos rios correndo para o litoral e o verde-esmeralda da vegetação começa a tomar conta de tudo. O dia está lindo, claro e a estrada, como sempre tem sido aqui no Chile, é ótima.
O verde vai cobrindo tudo mostrando ser uma região bastante fértil. La Serena é a capital mundial da papaia. É também importante ponto de partida para o Vale do Elqui, vale dos vinhedos de moscatel, variedade de uva para se fazer pisco. É também a região dos observatórios astronômicos.





Estamos ansiosos por chegar, parece que La Serena promete, logo que entramos na cidade percebemos se tratar de uma cidade próspera com imponente comércio de importantes montadoras de carro, shopping center, grandes redes de lojas, bons hotéis, museus com peças representativas e além disto é também uma cidade Universitária.



Demos uma volta no centro para podermos traçar um pequeno perfil da cidade e logo fomos ao escritório de turismo, que aqui em La Serena, é ótimo. Estão localizados Rua Matta, 461 infocoquimbo@sernatur.cl TeL: (56 – 51) 213956 Fácil de encontrar, estão em frente a Praza Gabriel González Videla, ao lado do Museu Histórico Casa Gabriel González e da Igreja Santo Domingo.
Fomos atendidos por Julio Carmona. Sendo simpático e eficiente, Julio nos deu todas as informações e dicas de La Serena, Coquimbo, Vicuña e Pisco Elqui. Ele foi tão bom anfitrião que nos passou até o horário do amistoso entre Argentina e Chile que se realizará hoje em Mendoza às 20h00. Isto é que é saber receber bem o turista e promover sua cidade. Parabéns!
 Lá mesmo já traçamos quais hotéis em La Serena estavam dentro de nosso perfil e munidos de mapas fomos conferir para fazermos a escolha.
Resolvemos por um simpático hotel com cara de mini resort na Avenida Francisco de Aguirre, 781 chamado Los Balcones de Aragón. 




Nos acomodamos, organizamos nossas coisas, almoçamos e fomos correndo para o Museu Arqueológico. O Museu está instalado na esquina da Cordovez com a Cienfuegos. O museu é famoso por sua coleção de cerâmica diaguita, que são peças de barro pré-colombianas da América do Sul, de que datam de 1.000 a 1.536 d.C. Logo na entrada vê-se um pórtico de pedra que fazia parte da casa do Conde Villaseñor, construída em 1820 e também dois bancos com cara de jardim mouro, já gostei da entrada.
No início de nosso percurso pelo museu demos de cara com algumas múmias, elas são tão impressionantes que mal conseguimos nos ater por muito tempo, passamos para as salas seguintes onde temos um grande apanhado dos petroglifos e geoglifos encontrados em diversas localidades do norte chileno.
O maior destaque para este museu, sem dúvidas, é um imenso moai, da Ilha de Páscoa, doado em 1952 a La Serena. Em uma sala bem montada e bem iluminada, este moai nos deixa emocionados com sua força. Diversos painéis e vitrines explicativas circundam a sala.
Além das cerâmicas diaguitas, múmias e o grande moai, há tambémum acervo e muitas informações sobre os petroglifos e  pictografias, afinal o Norte Chico é uma das zonas de maiores achados deste tipo junto com o norte chileno.



Saímos encantados com tudo o que tínhamos acabado de ver no Museu Arqueológico e logo nos dirigimos à Universidade de La Serena, ULS em busca do Museu Mineralógico Ignacio Domeyco. Isto foi um pouco difícil, pois não há sinalizações suficientes do exato local do museu, então não sabíamos em qual prédio da universidade entrar, mas tudo foi resolvido ao perguntarmos a uma simpática pedestre, que por acaso e sorte trabalhava na ULS. Vilma nos levou até o museu e conversando conosco percebeu que tínhamos vindo de longe para conhecer este museu, que embora estivesse fechado, por pura simpatia abriram-no para nossa visitação. Maria Eliana nos acompanha em nossa visitação para nos esclarecer quaisquer dúvidas que tenhamos. Que presente La Serena proporcionou ao Casal Aventura. O museu está no prédio de engenharia de minas da ULS, na rua Infante com Anfión Muñoz, no campus Ignacio Domeyco.
O Museu Mineralógico Ignacio Domeyco possui cerca de 7.000 amostras de diversos minerais de província gemológicas de todo o mundo, diamantes do Brasil, Rubis da Índia, cobre do Chile etc. Muito bem organizado e montado é um dos orgulhos do povo de La Serena.




Seguimos para a Catedral e em sua praça adjacente encontramos uma feira artesanal, mas o charme das ruas e calçadas nos levou até a exposição de arte espanhola com 23 obras de Miró e Picasso, que ocupava o prédio do Museu de História Regional Presidente Gabriel González Videla. Uma surpresa ver um pedaço da Espanha aqui no Chile.
Dando seqüência a nossa investida na cidade da La Serena fomos a Plazuela Gabriel González Videla, onde havia uma pequena feira de artesanatos e uma escultura do Presidente Gabriel González Videla feita pelo escultor Galvarino Ponce em 1981. Observamos tudo, fotografamos e seguimos pelas ruas cheias até o recomendadíssimo mercado de artesanatos La Recova. 



O mercado é lindo e bem típico, foi construído em 1810 em adobe com um pátio central e quatro portões idênticos para abrigar e legalizar comerciantes de diversos tipos de produtos. Aqui você encontrará artesanatos bem típicos do norte chileno como cestarias, boleadores de arros feitos em madeira, roupas de lã e muitas réplicas das cerâmicas diaguitas.
As ruas à noite são bem cheias e o comércio é efervescente, só para não perder o costume passamos em uma grande cadeia para fezer compras e depois fomos ao Shopping Plaza de La Serena para jantar e coincidentemente assistir ao amistoso entre Argentina e Chile, isto por aqui é levado muito a sério. Como sofri modificações genéticas durante esta viagem pelo Cone Sul, é claro que a janta foi regada a cerveja, que por aqui é a Cristal. Falo assim porque antes da viagem eu não tomava cerveja e agora além de tomar eu gosto.


Maira e Flávio têm o apoio da Lenovo; da TIM Roaming Internacional, e da Virtual Track.


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