domingo, 16 de janeiro de 2011

Ushuaia - Paso Garibaldi e compras

"Diário de Bordo": Ushuaia abriga centros de ciência e de atividades na natureza

da Folha Online
Ainda em Ushuaia, o casal Flávio Prado e Maira Hora visita um centro de pesquisas científicas e admira a beleza de lagos e um glaciar. Os viajantes também trocam dicas de viagem com brasileiros e aproveitam para fazer compras na cidade, que é uma zona franca. A estada faz parte da Expedição Cone Sul. Os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes da região, contando tudo para a Folha Online. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.
Confira o relato do vigésimo sexto dia (26 de março) da aventura, contada por Maira.
Centro de pesquisas
Acordamos muito cedo para um encontro com o dr. Bonorino. Estávamos ansiosos, pois se trata de um grande cientista do Cadic, o Centro Antártico de Investigação Científica, criado há 20 anos e que faz parte do Conicet, Conselho Nacional de Investigação Científica. Existem diversos outros centros de investigação científica espalhados pela Argentina, como em Bahía Blanca, Santa Fé, Mendoza e Chubut, entre outros lugares.
Flavio Prado/Folha Imagem
Saindo do centro de pesquisas Cadic, tem-se uma visão espetacular de Ushuaia
Saindo do centro de pesquisas Cadic, tem-se uma visão espetacular de Ushuaia
O centro em Ushuaia possui cerca de 25 cientistas, com um total de 100 pessoas trabalhando em diversas áreas. Está aberto a estudantes e estagiários do mundo inteiro que queiram ajudar nas pesquisas. Muitas vezes são feitos acordos que trazem algumas linhas de estudos científicos de outros países a Ushuaia.
O dr. Gustavo Gonzaléz Bonorino nos recebe muito cordialmente e pronto para nos explicar um pouco sobre a importância de um lugar como o Cadic.
As principais linhas de pesquisa deste centro de investigações são biologia marinha, antropologia, geologia, física (particularmente os raios ultravioletas) e sismologia.
Muitos podem se perguntar por que visitamos um centro científico, mas a resposta é simples: Ushuaia é a cidade mais austral do planeta e, exatamente por sua proximidade com a Antártida, desperta o interesse da classe científica desde a época dos grandes navegadores.
Charles Darwin desenvolveu grande parte de sua teoria da evolução em uma viagem a Ushuaia, este importante berço do planeta. Ushuaia te põe tão em contato com a natureza, que é como se você estivesse de posse de um diamante que demorou no mínimo 60 milhões de anos para ser formado e expelido pela natureza.
Tudo neste paraíso é assim, você usufrui hoje de milhares de anos de formações geológicas impressionantes.
A geologia da região é muito particular devido à movimentação das placas subaquáticas. Um exemplo disto é o lago Fagnano, que é resultado de uma fratura, onde o gelo aproveitou essa debilidade e escavou o lago.
Atividades na natureza
Saímos do Cadic e como presente recebemos a linda visão de Ushuaia do outro lado da baía. Pudemos ver todas as montanhas, a cidade inteira e o porto.
Com o dia lindo, seguimos para o glaciar Martial. Trata-se de um centro invernal, que pode ser utilizado durante todo o ano, com diversas atividades, como caminhadas de variados níveis e passeio de teleférico até o ponto mais alto, para ver toda a cidade.
Flavio Prado/Folha Imagem
Navio de cruzeiro chega ao porto de Ushuaia, onde o casal encontrou outros brasileiros
Navio de cruzeiro chega ao porto de Ushuaia, onde o casal encontrou outros brasileiros
Pode-se também fazer caminhadas de diversos níveis no centro invernal ao lado, o Cumbres Del Martial, que tem um ar de contos de fadas. Parece que você faz parte de um conto em um bosque encantado com quedas-d'água e fadas.
Lá de cima percebemos que um grande navio de cruzeiro estava atracando. Não perdemos um só minuto. Descemos para vê-lo mais de perto.
No porto encontramos um casal de brasileiros. Adoro quando encontro brasileiros, não é só saudades, mas é também felicidade.
Helienne De Paula e Sérgio De Paula saíram de Brasília de carro, entraram na Argentina por Foz do Iguaçu, atravessaram o país até chegarem em Santiago, no Chile, e desceram até Ushuaia. Estão no 22º dia de uma viagem que durará 35 dias.
É claro que ficamos um tempinho conversando e trocando experiências, afinal eles passariam por onde já passamos, e nós, por onde eles passaram. Disseram que as rodovias para descer pela Patagônia chilena são muito ruins e que pegaram muito rípio.
Flavio Prado/Folha Imagem
Casal flagra os preparativos para a primeira Bienal de Artes a ser realizada na cidade
Casal flagra os preparativos para a primeira Bienal de Artes a ser realizada na cidade
Ao passarem por uma passarela de pedestres na estrada, uma pessoa sem noção jogou uma pedra no vidro da pick-up, que, é claro, quebrou. Uma pessoa imbecil destas pode matar alguém na estrada.
A polícia chilena (os carabineros) deveria também prestar mais atenção aos pedestres, porque uma pessoa desta estirpe, que atacou o casal brasileiro, deve ser enquadrada como possível homicida.
Apesar do incidente, o casal estava satisfeitíssimo com a viagem. Afinal, as paisagens são estonteantes.
Seguimos admirando o enorme navio de cruzeiro de bandeira holandesa que acabava de atracar no porto.
Percebemos uma movimentação diferente na cidade e logo descobrimos que a 1ª Bienal de Artes seria realizada em Ushuaia em poucos dias, e que havia artistas plásticos de diversos países, como Brasil, Angola e Bélgica, entre outros.
Serra alta
Flavio Prado/Folha Imagem
Passo Garibaldi, um mirador de onde se vê o lago Fagnano e o lago Escondido
Passo Garibaldi, um mirador de onde se vê o lago Fagnano e o lago Escondido
Logo seguimos ao Paso Garibaldi, e só agora de dia pude ter noção da altura da serra neste ponto. A estrada é cheia de curvas e o lado do lago Fagnano e do lago Escondido é muito alto, um verdadeiro penhasco. Portanto, tome muito cuidado ao dirigir por lá.
Na estrada há um mirante e você pode se deleitar com o que a natureza oferece neste ponto de Ushuaia. Uma loucura! O visual é tudo de bom! Até esqueci o meu medo de altura --medo é uma palavra pequena para descrever este sentimento, é pavor mesmo!
Passamos em Tierra Mayor para comprar pele de castor e rever Maria Giro, que estava totalmente apurada com o movimento de seu restaurante, que produz um dos melhores cordeiros da região. Casa cheia e um cheiro delicioso no ar.
Flavio Prado/Folha Imagem
Restaurante no centro invernal Tierra Mayor, onde se pode praticar atividades ao ar livre
Restaurante no centro invernal Tierra Mayor, onde se pode praticar atividades ao ar livre
Você senta perto da janela e fica admirando todo o vale retinho de Tierra Mayor, bebe vinho, come cordeiro, observa bem a decoração do restaurante e percebe que se trata de uma família de atletas. Há centenas de troféus espalhados por prateleiras, além do objeto mais importante, como que mostrado em um altar: o trenó de Gustavo Adolf Giró Tapper, o pai.
O ambiente é muito acolhedor e familiar, aconchegante mesmo. Tierra Mayor, junto com Nunatak, são estações de inverno, mas que também mantêm diversas atividades durante o verão, como passeios em veículos 4X4 e caminhadas.
Zona franca
Voltamos para a cidade e depois de todo o frio que passamos ontem, fomos comprar roupas mais adequadas. Fomos à rua San Matin, pois lá estão diversas lojas especializadas.
Ushuaia é uma zona franca. Assim, vale muito a pena comprar algumas coisas nesta cidade, como perfumes, bebidas e cosméticos. Você pode comprá-los em um Duty Free Shop na rua San Martin, 627, aberto das 10h às 21h.
Vocês acreditam que, fazendo compras, descobrimos que em Ushuaia há um curso de protocolo cerimonial diplomático e que pessoas de qualquer país podem cursar, desde que sejam aprovadas nos testes em seus devidos países? Conforme informações, trata-se do único curso do gênero na América Latina.
Seguimos comprando e chegamos à loja Vraie, na rua San Martin, 595, tel. 00/xx/2901/422-351, que vende roupas adequadas para o frio que teremos à frente, pois pretendemos subir para El Calafate e já obtivemos informações de que venta demais por lá.
Como desejamos ver o maior glaciar da região, precisamos de roupas quentes e impermeáveis.
A melhor relação custo-benefício em calçados impermeáveis nos foi dado pela Popper, na rua San Martin, 740.
À noite, o jantar foi uma pizza e cerveja Quilmes, para não perder o costume.
Amanhã o dia será cansativo. Serão mais de 600 km para voltar para Río Gallegos e quatro postos da Polícia Federal dos dois países (Chile e Argentina), ou seja, muitos papéis iguais preenchidos diversas vezes.
Em sua aventura, o casal tem o apoio da Lenovo; da TIM Roaming Internacional; e da Virtual Track.

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