domingo, 16 de janeiro de 2011

Atravessando a Cordilheira dos Andes

"Diário de Bordo": "Casal Aventura" vai a Bariloche e ruma ao Chile

Colaboração para a Folha Online
Confira o relato do trigésimo quinto dia (4 de abril) da aventura:
Um dia lindo e ensolarado em Bariloche
Amanhece em San Carlos de Bariloche e estamos prontos para explorá-la. Já no café da manhã, no último andar do hotel, a vista impressiona. Ficamos fascinados com o Lago Nahuel Huapi. Saímos em direção às montanhas, em especial Cerro Catedral, mas antes vamos até o Parque Municipal Arraianes e depois almoçar no Hotel Llao Llao.
Flavio Prado/Folha Imagem
Café da manhã na localidade de Bariloche, com vista para o lago Nahuel Huapi
Café da manhã na localidade de Bariloche, com vista para o lago Nahuel Huapi
Seguindo pela avenida Bustillo passamos pelo Cerro Otto, por Puerto Moreno, pela Praia Serena e pelo Cerro Campanário. A avenida é quase uma estradinha e dos dois lados existem a mais diversificadas e charmosas opções de chalés e hospedagens em Bariloche para quem abrir mão de ficar no centro. Como eu e o Flávio somos totalmente urbanos, gostamos de nos hospedar perto de todo o movimento, mas se você procura silêncio e sossego a avenida Bustillo é o ideal e, além disto, se você estiver em Bariloche na temporada de inverno é por aqui que você deve ficar, pois a avenida é o mais próximo possível dos centros invernais.
Flavio Prado/Folha Imagem
Centro Invernal Cerro Cadetral recebe turistas na localidade de Bariloche, Argentina
Centro Invernal Cerro Cadetral recebe turistas na localidade de Bariloche, Argentina
Chegamos ao Parque Municipal Arraianes. Há um estacionamento grande, afinal trata-se de um parque muito procurado pelos argentinos e turistas em geral. É daí também que saem os cruzeiros para a Ilha Victoria e para o Bosque de Arraianes, único no mundo. Fazer suas trilhas e tomar um lanchinho na confeitaria faz parte do encantamento do local. Na Ilha Victoria a grande bola da vez são as pinturas rupestres.
Hora do almoço e prontos a ingressar no hotel mais luxuoso de Bariloche, o Llao Llao, no entanto, e infelizmente para nós, o hotel foi fechado para um evento e não pudemos almoçar lá. A grande pergunta é: - Será um evento de alguma gigante empresa ou uma reunião política? Havia seguranças de terno e gravata, mais seguranças armados e carros da polícia. perguntamos o que era, mas o segurança não quis dizer. Jamais saberemos.
Subida a Cerro Catedral
Resolvemos então subir para Cerro Catedral e almoçar por lá. O som de Pearl Jam, Faithfull, nos leva ao topo.
Flavio Prado/Folha Imagem
Placa na estrada indicando para ter cuidado com o
Placa na estrada indicando para ter cuidado com o "Touro Turbinado"
Cerro Catedral é uma das mais importantes estações invernais da América Latina, no entanto não desenvolve atividades apenas no inverno. Durante todo o ano as famílias freqüentam a estação para fazerem as caminhadas, piqueniques, um cafezinho nos simpáticos quiosques e até mesmo almoçar em um dos restaurantes abertos no verão. Andamos por toda a estação Catedral.
Já é tarde e precisamos seguir viagem, pois hoje entraremos no Chile. Descemos em direção à Vila Angostura, que é onde faremos a passagem para o Chile, ou seja, passaremos por duas polícias federais, uma na saída da Argentina e outra do Chile.
Da Argentina para o Chile, polícia federal e aduanas
Flavio Prado/Folha Imagem
No caminho para o Chile, vale a pena parar e fotografar o lago Espelho
No caminho para o Chile, vale a pena parar e fotografar o lago Espelho
Na saída da Argentina preenchemos mais um "papelito", igual àqueles milhares de outros papéis preenchidos para entrar e sair da Terra do Fogo, mas aqui os papéis mais importantes são os que preenchemos para que o carro possa sair da Argentina e entrar no Chile.
Os policiais federais aqui são muito sérios e eficientes, que é o que interessa. Saímos do território argentino e entramos no chileno onde apresentamos nossos documentos e os documentos do carro incluindo aquele preenchido no lado argentino, onde consta o carimbo de saída da Argentina. No Chile eles carimbam este papel dando a entrada do carro no país deles.
Saímos e lá fora apresentamos tudo ao policial federal que pediu para tirarmos algumas coisas do carro, abriu as malas e verificou o que carregávamos de comida. Liberados, seguimos até a cidade de Osorno por uma serra linda e verde, atravessando a Cordilheira dos Andes.
Flavio Prado/Folha Imagem
Local que marca a fronteira entre os dois países: de um lado, Argentina; do outro, Chile
Local que marca a fronteira entre os dois países: de um lado, Argentina; do outro, Chile
Assim que descemos tudo entramos em uma estrada secundária que atravessa diversos povoados e o engraçado é que por aqui a placa de "Animais na Pista" tem um desenho de um touro turbinado, bem forte. Ficamos horas dando risada imaginando um touro fortão, musculoso atravessando a pista.
Chegando a Osorno, logo na primeira voltinha na cidade um taxista buzinava e fazia gestos. Começamos a ficar assustados. Será que estamos fazendo algo muito errado? Assim que paramos em um farol ao lado dele, o taxista logo nos parabeniza por estarmos usando cinto de segurança, porque por aqui não é obrigatório. Apenas os taxistas têm o hábito de usar cinto. Ficamos surpresos, pois isto acontecia no Brasil há vinte anos atrás.
Flavio Prado/Folha Imagem
Bife de chorizo corte maripoza do Restaurante Dalí em Osorno, no Chile
Bife de chorizo corte maripoza do Restaurante Dalí em Osorno, no Chile
Fizemos à volta na Praza de Armas, eu saltei do carro para ir ao Sernatur (Serviço Nacional de Turismo), afinal não há onde estacionar, tudo é proibido ou cobrado. Enquanto isso o Flávio faz a volta com o carro para não ficar estacionado em local proibido. Adivinhem, a polícia carabineira pára o carro e pedem o "papelito". Vocês se lembram dos milhares de "papelitos" preenchidos e sempre deixados nas adunas? Pois é, a policial pediu e a resposta foi exatamente esta: - Ficou na Aduana. Os policiais se comunicaram por rádio com alguém e liberaram o Flávio. Enquanto isto eu estava no Sernatur me munindo de mapas e explicações da cidade e seus arredores.
Assim que entrei no carro, Flávio me conta toda a história e é claro que rolamos de rir.
Fomos procurar o hotel e nos perdemos diversas vezes porque eles estavam fazendo uma obra na cidade e o trecho que precisávamos pegar era exatamente este e qualquer outra alternativa, ou era contramão ou caía na estrada. Por isso mais uma vez eu enfatizo, tente chegar ainda claro nas cidades e procure o escritório de turismo para ter em mãos o mapa da cidade, isto é de suma importância. Mesmo com o mapa demoramos a chegar ao hotel por conta de uma eventualidade.
Flavio Prado/Folha Imagem
Na praça principal da cidade de Osorno, as pessoas jogam xadrez gigante
Na praça principal da cidade de Osorno, as pessoas jogam xadrez gigante
Acomodamos as coisas, descansamos, tomamos um banho e fomos jantar em um simpático restaurante chamado Dali. Miriam Bugueño e Angélica Vidal são sócias do restaurante e dividem a mesma paixão pelo pintor catalão. O restaurante tem um clima interessante e a garçonete Betsabe Pozas ajuda a transformá-lo em um lugar distinto e chique. "Al tiro", como dizem aqui, pedimos um pisco sauer e um carpáccio de salmão. Betsabe nos indica um ótimo cabernet sauvignon para acompanhar o chorizo corte mariposa com batatas fritas, ovos e cebolas e para mim um chorizo com purê picante. Os pratos chegam à mesa e provam o capricho da chef Camila Vicente. Que escândalo! Tudo perfeito.
Maira e Flávio têm o apoio da Lenovo, da TIM Roaming Internacional e da Virtual Track.

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