"Diário de Bordo": "Casal Aventura" vai a Bariloche e ruma ao Chile
Colaboração para a Folha Online
Confira o relato do trigésimo quinto dia (4 de abril) da aventura:
Um dia lindo e ensolarado em Bariloche
Amanhece em San Carlos de Bariloche e estamos prontos para explorá-la. Já no café da manhã, no último andar do hotel, a vista impressiona. Ficamos fascinados com o Lago Nahuel Huapi. Saímos em direção às montanhas, em especial Cerro Catedral, mas antes vamos até o Parque Municipal Arraianes e depois almoçar no Hotel Llao Llao.
Flavio Prado/Folha Imagem |
Café da manhã na localidade de Bariloche, com vista para o lago Nahuel Huapi |
Seguindo pela avenida Bustillo passamos pelo Cerro Otto, por Puerto Moreno, pela Praia Serena e pelo Cerro Campanário. A avenida é quase uma estradinha e dos dois lados existem a mais diversificadas e charmosas opções de chalés e hospedagens em Bariloche para quem abrir mão de ficar no centro. Como eu e o Flávio somos totalmente urbanos, gostamos de nos hospedar perto de todo o movimento, mas se você procura silêncio e sossego a avenida Bustillo é o ideal e, além disto, se você estiver em Bariloche na temporada de inverno é por aqui que você deve ficar, pois a avenida é o mais próximo possível dos centros invernais.
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Centro Invernal Cerro Cadetral recebe turistas na localidade de Bariloche, Argentina |
Chegamos ao Parque Municipal Arraianes. Há um estacionamento grande, afinal trata-se de um parque muito procurado pelos argentinos e turistas em geral. É daí também que saem os cruzeiros para a Ilha Victoria e para o Bosque de Arraianes, único no mundo. Fazer suas trilhas e tomar um lanchinho na confeitaria faz parte do encantamento do local. Na Ilha Victoria a grande bola da vez são as pinturas rupestres.
Hora do almoço e prontos a ingressar no hotel mais luxuoso de Bariloche, o Llao Llao, no entanto, e infelizmente para nós, o hotel foi fechado para um evento e não pudemos almoçar lá. A grande pergunta é: - Será um evento de alguma gigante empresa ou uma reunião política? Havia seguranças de terno e gravata, mais seguranças armados e carros da polícia. perguntamos o que era, mas o segurança não quis dizer. Jamais saberemos.
Subida a Cerro Catedral
Resolvemos então subir para Cerro Catedral e almoçar por lá. O som de Pearl Jam, Faithfull, nos leva ao topo.
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Placa na estrada indicando para ter cuidado com o "Touro Turbinado" |
Cerro Catedral é uma das mais importantes estações invernais da América Latina, no entanto não desenvolve atividades apenas no inverno. Durante todo o ano as famílias freqüentam a estação para fazerem as caminhadas, piqueniques, um cafezinho nos simpáticos quiosques e até mesmo almoçar em um dos restaurantes abertos no verão. Andamos por toda a estação Catedral.
Já é tarde e precisamos seguir viagem, pois hoje entraremos no Chile. Descemos em direção à Vila Angostura, que é onde faremos a passagem para o Chile, ou seja, passaremos por duas polícias federais, uma na saída da Argentina e outra do Chile.
Da Argentina para o Chile, polícia federal e aduanas
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No caminho para o Chile, vale a pena parar e fotografar o lago Espelho |
Na saída da Argentina preenchemos mais um "papelito", igual àqueles milhares de outros papéis preenchidos para entrar e sair da Terra do Fogo, mas aqui os papéis mais importantes são os que preenchemos para que o carro possa sair da Argentina e entrar no Chile.
Os policiais federais aqui são muito sérios e eficientes, que é o que interessa. Saímos do território argentino e entramos no chileno onde apresentamos nossos documentos e os documentos do carro incluindo aquele preenchido no lado argentino, onde consta o carimbo de saída da Argentina. No Chile eles carimbam este papel dando a entrada do carro no país deles.
Saímos e lá fora apresentamos tudo ao policial federal que pediu para tirarmos algumas coisas do carro, abriu as malas e verificou o que carregávamos de comida. Liberados, seguimos até a cidade de Osorno por uma serra linda e verde, atravessando a Cordilheira dos Andes.
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Local que marca a fronteira entre os dois países: de um lado, Argentina; do outro, Chile |
Assim que descemos tudo entramos em uma estrada secundária que atravessa diversos povoados e o engraçado é que por aqui a placa de "Animais na Pista" tem um desenho de um touro turbinado, bem forte. Ficamos horas dando risada imaginando um touro fortão, musculoso atravessando a pista.
Chegando a Osorno, logo na primeira voltinha na cidade um taxista buzinava e fazia gestos. Começamos a ficar assustados. Será que estamos fazendo algo muito errado? Assim que paramos em um farol ao lado dele, o taxista logo nos parabeniza por estarmos usando cinto de segurança, porque por aqui não é obrigatório. Apenas os taxistas têm o hábito de usar cinto. Ficamos surpresos, pois isto acontecia no Brasil há vinte anos atrás.
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Bife de chorizo corte maripoza do Restaurante Dalí em Osorno, no Chile |
Fizemos à volta na Praza de Armas, eu saltei do carro para ir ao Sernatur (Serviço Nacional de Turismo), afinal não há onde estacionar, tudo é proibido ou cobrado. Enquanto isso o Flávio faz a volta com o carro para não ficar estacionado em local proibido. Adivinhem, a polícia carabineira pára o carro e pedem o "papelito". Vocês se lembram dos milhares de "papelitos" preenchidos e sempre deixados nas adunas? Pois é, a policial pediu e a resposta foi exatamente esta: - Ficou na Aduana. Os policiais se comunicaram por rádio com alguém e liberaram o Flávio. Enquanto isto eu estava no Sernatur me munindo de mapas e explicações da cidade e seus arredores.
Assim que entrei no carro, Flávio me conta toda a história e é claro que rolamos de rir.
Fomos procurar o hotel e nos perdemos diversas vezes porque eles estavam fazendo uma obra na cidade e o trecho que precisávamos pegar era exatamente este e qualquer outra alternativa, ou era contramão ou caía na estrada. Por isso mais uma vez eu enfatizo, tente chegar ainda claro nas cidades e procure o escritório de turismo para ter em mãos o mapa da cidade, isto é de suma importância. Mesmo com o mapa demoramos a chegar ao hotel por conta de uma eventualidade.
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Na praça principal da cidade de Osorno, as pessoas jogam xadrez gigante |
Acomodamos as coisas, descansamos, tomamos um banho e fomos jantar em um simpático restaurante chamado Dali. Miriam Bugueño e Angélica Vidal são sócias do restaurante e dividem a mesma paixão pelo pintor catalão. O restaurante tem um clima interessante e a garçonete Betsabe Pozas ajuda a transformá-lo em um lugar distinto e chique. "Al tiro", como dizem aqui, pedimos um pisco sauer e um carpáccio de salmão. Betsabe nos indica um ótimo cabernet sauvignon para acompanhar o chorizo corte mariposa com batatas fritas, ovos e cebolas e para mim um chorizo com purê picante. Os pratos chegam à mesa e provam o capricho da chef Camila Vicente. Que escândalo! Tudo perfeito.
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