"Diário de Bordo": Expedição Cone Sul cruza fronteira com Argentina
da Folha OnlineO casal Flávio Prado e Maira Hora decidiu pegar um carro e sair em férias. Até aqui, nada demais. O diferente é que os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes do Cone Sul e contar tudo, diariamente, para a Folha Online, dando detalhes sobre aspectos úteis e curiosos do percurso. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.
Confira o relato do quarto dia (4 de março) desta aventura.
Dionísio Cerqueira (SC)- Santo Tomé (Argentina)
Flávio Prado/Divulgação |
Horário de saída de Dionísio Cerqueira |
Paramos na fronteira, abrimos o porta-malas para os policiais federais checarem o carro e fomos ao lado argentino pedir autorização pra entrarmos no país.
É necessário apresentar identidade, documento original do carro e carta verde (seguro de terceiros e danos pessoais). Se seu carro estiver alienado, tem que ter autorização da instituição financeira para sair do país. Algumas perguntas respondidas e pronto.
Flávio Prado/Divulgação |
Casal chega à fronteira com Argentina |
No entanto, não sei por que cobram mais caro de brasileiros --pelo menos neste posto de gasolina. Eles te avisam que cobrarão a mais por ser brasileiro, uns 12% foi o que pagamos a mais. Não há o que fazer. É a prática na fronteira. Como não havia completado o tanque no Brasil, nos submetemos. Não gostei nem um pouco! Fico pensando: Será que os carros argentinos não gastam a estrada igual ao meu? Será que o meu polui mais? Ou será que é a velha concorrência futebolística, Dieguito x Pelé? E eu é que pago o pato?
Flávio Prado/Folha Imagem |
Estrangeiro paga mais por gasolina |
Metállica fervendo e pé na estrada. A paisagem parece a mesma que em Santa Catarina e Paraná, muitos tons de verde e araucárias, mas aos poucos a floresta toma conta de tudo. No caminho para San Pedro, nos sentimos atravessando o vilarejo do filme "A Vila".
Começamos a perceber que a estrada estava repleta de borboletas de todos os tamanhos e cores, azul, branco, laranja, amarelo ouro, amarelo limão. Pareciam fadas bailando na frente do carro e para combinar com tudo isto crianças indo e vindo no meio da estrada. A cena é linda, mas tome muito cuidado, porque neste trecho não há acostamento e as pessoas são obrigadas a andar na beira da rodovia.
Só para dar uma visão geral as pessoas saem do meio da floresta, passando pelo mato alto para andar na beiradinha da rodovia e muitos deles, inclusive crianças, andam com facões imensos, imaginamos que seja para abrir picadas no meio do mato.
A estrada é boa, mas a sinalização é precária, muitas vezes não há acostamento e nem placas para você saber direitinho onde está, mais um motivo para preparar um roteiro de cidade à cidade e ter um bom mapa acompanhando. O limite de velocidade varia de 110Km/h fora do perímetro urbano à 80Km/h alguns quilômetros antes da zona urbana e 60Km/h ou 40Km/h em trechos urbanos.
Nos trechos onde há acostamento, a cada 10 m, existem mini lombadas.
Flávio Prado/Divulgação |
Lombada evita tráfego no acostamento |
Entramos em Apóstoles para procurar um hotel e a única coisa que vimos foi um farol que fica fechado uma eternidade. Hotel? Nem pensar. Além de ser domingo e não ter uma só pessoa na rua para pedir informações, não há uma só placa ou indicação de hotel ou centro da cidade e todos os estabelecimentos comerciais estão fechados. Rodamos por meia hora e tchau, Apóstoles, nós e a Alanis Morissette com You Learn fomos embora.
Seguimos para Azara e Santo Tomé, continuamos na rodovia 14, mas para seguir a Santo Tomé, pegamos a RN 105 e foi um show de horror. A rodovia é esburacada, enlameada, e a chuva castigou quase os 70 km inteiros que nos separavam de Santo Tomé. Só a Bebel Gilberto cantando "Acanjú?" para nos acalmar.
Mas foi no meio deste festival de buracos que vimos um pôr-do-sol maravilhoso refletindo em áreas de charco, vimos um céu amarelo, azul e com pequenas tempestades ao fundo, mas brindado com um lindo arco-íris. Essas coisas que só a perfeição da natureza explica. Ficamos tensos, demorou e foi mais cansativo que o previsto, mas foi simplesmente lindo.
Flávio Prado/Divulgação |
Pôr-do-sol na estrada que leva a Santo Tomé |
Jantamos numa loja de conveniência de um posto de gasolina, pois não achamos nenhum restaurante aberto e depois fomos para o hotel.
Precisamos de energia renovada para amanhã. Pretendemos andar o máximo possível para alcançarmos Buenos Aires logo.
Em sua aventura, o casal tem o apoio da Lenovo; da TIM Roaming Internacional; e da Virtual Track.
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