"Diário de Bordo": "Casal Aventura" visita museus e parques em Buenos Aires
da Folha OnlineO casal Flávio Prado e Maira Hora passa seus últimos dias em Buenos Aires visitando museus e parques. A parada faz parte da Expedição Cone Sul. Os dois vão conhecer as paisagens mais deslumbrantes da região, contando tudo para a Folha Online. A viagem começou em São Paulo e prevê passagens por cidades do sul do país, Argentina e Chile.
Confira o relato do nono dia (9 de março) desta aventura.
Buenos Aires: museus e parques
Acordamos cedo e hoje vamos a um bairro chamado Palermo. A intenção do passeio de hoje é mostrar que nem só de tango vivem os moradores de Buenos Aires. O dia amanhece lindo, céu azul e sol na medida certa. E lá vamos nós pela rua O'Hoggins até alcançarmos o metrô mais próximo, na avenida Cabildo (estação Jose Hernandez, que nos leva direto a Palermo).
Flávio Prado/Folha Imagem |
Jardim Japonês do parque "3 de Febrero" |
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Painel de trajes típicos no Jardim Japonês |
Ao redor do parque temos a residência do embaixador dos Estados Unidos, o Museu Sivori, o Tênis Club Argentina, o Planetário, a Sociedade Rural Argentina e a Embaixada Americana. Tudo isso rodeado por um bairro residencial da classe média argentina.
Entramos no parque e logo nos deparamos com simpáticos senhores que guiam carruagens puxadas por cavalos --que podem levá-lo a um pequeno tour pelo parque. Optamos por explorá-lo a pé.
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Centro Cultural Islâmico Rei Fahd, em Buenos Aires (Argentina), traz cultura de muçulmanos |
Atravessando o Rosedal caímos em um novo jardim, chamado jardim Andaluz. Ao entrar no pergolado realmente parece que você está em um jardim do sul da Espanha.
Seguindo pela avenida Presidente Figueroa Alcorta, encontramos o jardim Japonês (quinta-feira é de graça). O lugar é mágico, você não escuta o barulho da cidade. Inacreditável. Pontes, carpas, lagos, esculturas, bonsais, cerejeiras... Não resta dúvida de que você esteja em um local "sagrado". Todo o cuidado e o zelo japonês aparecem em cada centímetro deste jardim. Passando pela ponte sobre o lago das carpas, você entra em um caminho com esculturas: a do Samurai é o grande destaque dali. Um pouco à frente, uma paradinha para uma foto divertida em um painel temático de trajes japoneses.
Flávio Prado/Folha Imagem |
Lago com pedalinhos coloridos no parque "3 de Febrero", em Buenos Aires (Argentina) |
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Jardim Andaluz no parque "3 de Febrero", em Buenos Aires |
(somos paulistanos, ou seja, temos à disposição os melhores restaurantes japoneses da América do Sul. Eu também sou filha de japonês. Portanto só quero ver o que vai acontecer daqui pra frente).
Entramos na primeira sala, onde todo o som de fora é tomado por música pop japonesa. Você fica totalmente à vontade para estudar o menu: já gostei muito destes dois detalhes --que fazem toda a diferença. Fomos ao salão de refeições e só posso dizer uma coisa: tudo é impecável, desde o atendimento, a comida, até a decoração. Divino! Depois, conversando com amigos, aqui em Buenos Aires eles nos confessaram que a comida japonesa daqui deixa a desejar. Então, eis a grande descoberta: este restaurante é demais! O sashimi é tão bem cortado e fresquinho... derrete na boca. Todos os sushis são feitos no tamanho adequado para que caibam de uma só vez em sua boca. Nada de "coisas imensas", que fazem babar --e sujar.
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Exposição de bonecas no Jardim Japonês, do parque "3 de Febrero", em Buenos Aires |
Voltando à avenida del Libertador, passamos pelo Consulado Espanhol, e logo avistamos um casarão francês, o Palácio Errázuriz, onde está o Museu de Artes Decorativas (www.mnad.org). O museu, inaugurado em 18 de dezembro de 1937, foi residência da família Errázuriz Alvear. A casa foi construída entre 1911 e 1917, em estilo neoclássico francês do século 18. Este museu, que foi declarado Monumento Histórico Nacional, em 1997, traz móveis, salões, arte européia e oriental apresentando o estilo de vida de um setor da sociedade argentina.
A exposição "Residência Errázuriz Alvear" é a coleção permanente do museu, com móveis, esculturas, pinturas, porcelanas e tapeçarias européias e orientais dos séculos 14 à 20. Na segunda exposição, "Dormitório e Antecâmera Império", a ambientação é feita com mobiliário e objetos da época de Napoleão, com peças francesas de 1804 a 1815.
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Salão de exposições do Museu de Artes Decorativas, em Buenos Aires (Argentina) |
Continuamos na avenida del Libertador. Na altura do número 1473, encontramos o Museu de Belas Artes (de terça a quinta-feira, das 12h30 às 19h30. Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 19h30). Gratuito. Logo no primeiro salão encontro Tapies e, na segunda sala, o "amado Miró" --artista por quem tenho particular admiração e amor. Filho de joalheiro, abandonou a administração dos negócios de seu pai para entregar-se à pintura e escultura. E não pára por aí: Modigliani, Toulouse-Lautrec, Van Gogh seguem-se numa profusão de suspiros. Giorgio de Chirico me fez lembrar da faculdade de desenho industrial. Estarrecedora uma gravura de Rembrandt e um quadro de Renoir: "Que poder!".
Creio que este museu foi "a surpresa das surpresas" em Buenos Aires. O cuidado com as ambientações é de uma elegância e maestria insuperáveis (por exemplo, a exposição "Pré-Colombiana", com peças e música ambiente cuidadosamente escolhidas, que te levam a tempos remotos). Logo em seguida, você se depara com tábuas mexicanas que retratam a dominação espanhola: são inteiramente feitas em marchetaria de abalone, madre pérola, madeira e folhas de ouro. Em seguida, ma sala linda, renascentista, e outras duas: medievais espanholas e italianas. Arte contemporânea no andar de cima, e uma série de gaúchos retratada por Quirós. Lindo! Uma exposição de Rômulo Macciò, uma individual de Jose Manuel Ciria --e quilômetros de puro "êxtase"!
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Consulado do Brasil em Buenos Aires |
Resolvemos voltar para casa pela estação de metrô Tribunales. O trajeto é pela rua Alvear, que é "puro luxo" em seis quarteirões. As principais marcas mundiais da indústria do luxo estão aqui: galerias, diamantes, arte, decoração, antiquários, bolsas, camisas, sapatos e luxuosos hotéis. Tudo "do bom e do melhor". Nesta rua tão luxuosa e glamourosa está o nosso consulado, o Consulado do Brasil --quase em frente ao consulado francês. O prédio é lindo e onipresente.
Seguimos pelo metrô rumo à Belgrano. Um pequeno descanso, banho e rua novamente. Saímos para jantar e andando por Belgrano à procura de um restaurante, encontramos um armênio-árabe. Nosso jantar de despedida em Buenos Aires ficou por conta de uma excelente cozinha armênio-árabe, no Garbis --com música árabe e diversos pratos primorosos.
Em sua aventura, o casal tem o apoio da Lenovo; da TIM Roaming Internacional; e da Virtual Track.
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